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“ | The body in the forest |
Última edição por Isabelle V. Convenant em 18th março 2013, 17:16, editado 1 vez(es)
A língua estalou em um movimento corriqueiro e inconsciente. Havia ganho essa mania após o longo convívio com sua irmã e sua ansiedade claustrofóbica. Talvez por isso, quando começava a agir como se tivesse tomado cinco cappuccinos duplos, vestia uma roupa leve e deitava-se no banco, ignorando o resto do mundo. Estar perto do silêncio tinha esse efeito calmante: os problemas sumiam, o sol parecia menos infernal e a brisa lembrava dedos brincalhões acariciando a sua pele. Ah, doces pensamentos que povoam contos de fadas de uma garota problemática.
O bosque estava em uma temperatura agradável,como ela previra. E vazio também, com exceção de alguns estudantes. Em um ato perfeitamente comum, a ruiva abriu os olhos, reconhecendo um ou outro rosto. As vezes, seus olhos vagavam para longe das árvores, fixando-se em algo que lhe chamava a atenção até que tudo parou. Uma voz soou próxima a si, fazendo com a garota vira-se para a direção do som, engolindo em seco ao notar que não estava sozinha ali.
- Hã..eu sei. Mas jogo do perigo.-sorriu para a garota, ironicamente. O que estava ocorrendo consigo?
Última edição por Charlotte McBride em 18th março 2013, 17:42, editado 2 vez(es)
Última edição por Isabelle V. Convenant em 18th março 2013, 17:32, editado 1 vez(es)
O frio começava a ceder, não que Charlotte se importasse muito. Como qualquer outra garota, suas faces estavam rosadas e ardidas por causa dele, e se encontrava agasalhada,mas, caso lhe incomodasse ter todo aquele pano sobre os ombros, lançaria tudo longe, tanto que seus pés, como habitual, estavam descalços.
Não se tratava de algum poder sobrenatural, ainda que alguns desconfiassem que ela pudesse ter alguma resistência mágica contra as agressões do tempo. Em verdade, discernir frio e quente era apenas como discernir vermelho e verde – os homens nasciam com aquela habilidade intrínseca, mas apenas efetivamente aprendiam o que elas eram quando tinham contato com estas na sua cultura. Vantagem ou não,Charlotte nunca aprendera o que era sensibilidade térmica, como, há poucos anos, não conseguia entender as diferenças básicas entre um cavalo e um cachorro, ou verde e vermelho; nunca fora humana o suficiente e, justamente por isso, ninguém havia tomado seu tempo para ensinar aquelas coisas pequenas, de modo que ela soube falar antes mesmo que discernir muitas coisas. Portanto, sim, ela se machucava com muito tempo no frio, seus pés ardiam, como seu rosto, e ela não era imune ao congelamento, mas ela realmente não sentia todo o frio que faz as pessoas praguejarem contra o vento – ela simplesmente não parecia se importar, parecendo misteriosamente aquecida por seus cabelos cor de fogo.
O bosque estava em uma temperatura agradável,como ela previra. E vazio também, com exceção de alguns estudantes. Em um ato perfeitamente comum, a ruiva abriu os olhos, reconhecendo um ou outro rosto. As vezes, seus olhos vagavam para longe das árvores, fixando-se em algo que lhe chamava a atenção até que tudo parou. Uma voz soou próxima a si, fazendo com a garota vira-se para a direção do som, engolindo em seco ao notar que não estava sozinha ali.
- -Gosto daqui.-sussurou,dando de ombros.- -E você?-sorriu curiosa.
A beleza era um fato difícil de não ser notado nem apreciado, mas para humanos, e não para os lobos. Lobos não enxergavam beleza, mas praticidade. Não viam aparência, mas mediam a força. Fosse pelo tom de voz, fosse pelo seu porte altivo, havia algo que inspirava respeito naquela garota, e Charlotte não tardou a perceber através de seus olhos escuros e calmos a capacidade que aquela tinha de provocar verdadeiras tempestades num coração humano quando queria.
Se o respeito fosse mútuo, poderiam ter começado bem. Entretanto a outra pareceu fazer questão, e seu sorriso emanava sarcasmo, assim como sua voz . A ruiva revirou os olhos ao ouvir as primeiras palavras dela, e seus olhos iluminaram-se após deixar-se ir pelas palavras e não pelo tom de voz da outra.
Não se tratava de algum poder sobrenatural, ainda que alguns desconfiassem que ela pudesse ter alguma resistência mágica contra as agressões do tempo. Em verdade, discernir frio e quente era apenas como discernir vermelho e verde – os homens nasciam com aquela habilidade intrínseca, mas apenas efetivamente aprendiam o que elas eram quando tinham contato com estas na sua cultura. Vantagem ou não,Charlotte nunca aprendera o que era sensibilidade térmica, como, há poucos anos, não conseguia entender as diferenças básicas entre um cavalo e um cachorro, ou verde e vermelho; nunca fora humana o suficiente e, justamente por isso, ninguém havia tomado seu tempo para ensinar aquelas coisas pequenas, de modo que ela soube falar antes mesmo que discernir muitas coisas. Portanto, sim, ela se machucava com muito tempo no frio, seus pés ardiam, como seu rosto, e ela não era imune ao congelamento, mas ela realmente não sentia todo o frio que faz as pessoas praguejarem contra o vento – ela simplesmente não parecia se importar, parecendo misteriosamente aquecida por seus cabelos cor de fogo.
- Você parece diferente.-sussurrou, sorrindo mais uma vez. Não obstante, tinha algo em seus olhos elétricos, ricos de interesse e compreensão, ansiosos, reluzentes de tal modo que até pareciam insolentes, e que talvez desse algum ar mais poderoso para a garota, mas, tirando isso, não era diferente de qualquer pessoa quando falava de algo que lhe garantia um certo prazer e orgulho. Charlotte tomou coragem e aproximou-se ainda mais da garota, curiosa.-E eu ainda não sei o seu nome..
Última edição por Isabelle V. Convenant em 18th março 2013, 20:09, editado 1 vez(es)
Como se voltando a realidade, abanou sua cabeça e rumou para mais perto da garota. Seus olhos se pregaram na lua, bela e redonda, e suas memórias – aquelas estranhas e faltosas memórias – fizeram sentido outra vez. Ela, que se orientava pela lua, quando esta havia alta no céu, ou então pelos olhos luminosos dos seus irmãos. Ainda que seu coração trouxesse aquilo, sua cabeça não estava nas florestas, mas sim naquele encontro, junto com Isabelle.
-Sou Charlotte.
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