O garoto que se casou forçado e fora comprometido desde o nascimento estava agora com o coração nas mãos. Não sabia o que fazer e muito menos onde
ela estava; e isso era o que Francis mais temia. Engoliu em seco tocando com a mão direita o ombro de Jaime.
- Jaime, não acho conveniente os anfitriões da festa sumirem e deixá-la sem ninguém para representar a casa. Entendo que não seja francês, mas desde que me casei com Mary o meu castelo também é vosso. Peço que fique aqui, para manter a calma e eu vou procurar por sua filha, minha esposa... Francis não se importou em ouvir uma resposta e girou nos calcanhares sorrindo de forma convincente o bastante para passar a impressão oposta ao que seu ser sentia: calma. Respirou fundo uma ou duas vezes antes de terminar o copo de whisky e abrir as portas douradas do salão, esperando que as criadas a fechassem atrás de si. Correu escadas acima abrindo a porta do quarto em um baque forte e para sua surpresa ainda estava como havia o deixado, sem sequer um rastro de que Mary estivera ali depois que o marido saiu.
(···)
Francis respirou fundo e socou a parede com força, batendo os nós dos dedos no concreto. Bufou e então encostou a testa sobre as mãos. Confesse que está desesperado meu rei. Confesse que no momento a única coisa que quer é ter Mary em seus braços. Apenas finja que é um marido como os outros, que se preocupa com sua esposa e confesse isso para si mesmo.
- Eu a amo. As palavras saíram em um sussurro enquanto o rei retomava sua verdadeira postura e aquelas duas leves batidas na porta, seguidas pela voz chorosa de Harper surgiram como uma luz. Mas ao abrir a porta não encontrou nada que não fosse o vazio. Oh sim meu rei, você está louco.
Balançou de leve a cabeça para os lados e subiu praticamente correndo as escadas. Harper estava quieta adormecendo em sua cama. Oh sim, a segunda na linha de sucessão estava dormindo Francis. Você deu um sorriso torto ao deixar a porta emtre aberta e correu para o quarto de Charles, engolindo em seco ao reparar neste vazio. O futuro rei e sua esposa haviam simplesmente sumido senhor Tchekhov, e você ao menos sabia disso. Que belo exemplo de pai, marido e rei.
Você engoliu em seco e fosse como um imã, aquele ruído baixo o chamava. Os dedos corriam pelas paredes de pedra enquanto você subia as escadas e a porta no corredor te fazia lembrar da ordem de ninguém nunca entrar ali. Mas parece que desobedeceram suas orden meu rei. Não pode negar que seus dedos tremeram na maçaneta e ali mesmo você foi ao chão.
Seus joelhos fraquejaram e você já não tinha força para nada. Você já estava ao chão. Mary estava do outro lado da pequena sala e parecia quase tão devastada quanto você. Entre os dois, Charles estava caido. Os olhos já sem vida alguma enquanto o pai caía em prantos e fechando os dedo na lateral da cabeça puxava os cabelos apenas se perguntando
“Porque meu filho?“ A poça de sangue no chão tingia o carpete de preto e vermelho, e representava nada mais do que o fim da vida da pessoa a qual você deveria ter morrido Francis. Como permitiu isso? Deixou seu filho perder a vida por provavel divertimento próprio. E agora você já não o tem. Seu sucessor e filho se foi.
Quase que se arrastejado ao desviar-se do corpo do filho estirado e envolto por sangue, Francis atravessou a sala. Alcançou as pernas de Mary e o rosto se perdeu nos panos manchados por sangue do vestido dela. Respirou fundo ao tentar com eficiência se levantar e abraçou a cintura da garota, fazendo de tudo que a morena não olhasse para Charles. Acariciou os cabelos dela ao tempo que escondia o próprio rosto no ombro dela e soluçou um última vez antes de interromper qualquer simbolo de fraqueza
- Juro que tudo ficara bem. Essas foram as únicas palavras de Francis antes de voltar a abraçar Mary.